sábado, 26 de setembro de 2009

O que pode uma mãe!


O filho que teve a graça de possuir uma santa mãe, é a mais feliz das criaturas. A mãe é o anjo de nossa vida. Ela tem um poder imenso sobre o destino dos filhos. "O homem moral, dizia José De Maistre, está formado aos 11 anos e, se não o foi dos joelhos de uma mãe, será uma desgraça para toda a vida."

Realmente, a influência materna é decisiva e poderosa na formação do caráter e da alma dos filhos. O mundo de hoje tem necessidade de mães santas ... O que aprendemos nos joelhos de nossa mãe, nos acompanha em toda a vida. O homem pode se desviar, pode ter a desgraça de haver desprezado aos conselhos e as lágrimas de uma santa mãe. Porém, mais cedo ou mais tarde, a influência materna o leva ao bom caminho, Temos visto tantos exemplos e provas disto!

Tornou-se conhecido em todo o mundo o célebre caudilho Rafael del Riego, autor da revolta militar espanhola de Cabejas de San Juan, no ano de 1820. Preso e condenado este homem ao ver desvanecidas suas ilusões, sentiu o arrependimento de seus pecados, tocado pela graça divina. Quis se reconciliar com Deus e mostrou o desejo de se confessar a um padre dominicano do colégio de Santo Tomaz, de Madri. Fôra chamado o sacerdote sem demora. Riego prostrado em terra e entre lágrimas fez a sua confissão com tal dor de haver ofendido a Deus e tais sinais de um arrependimento muito sincero, que o sacerdote não pode conter as lágrimas.

O homem terrível, o caudilho perigoso e temido ali estava manso e humilde aos pés do ministro de Deus. Não temia a morte a que fôra condenado e a esperava sem susto. Doía-lhe a alma haver ofendido tanto a Deus em sua vida que fôra um tecido de crimes hediondos. Perguntou-lhe o Padre:

- Diga-me, meu filho, que fez para merecer esta graça tão extraordinária do céu, esta contrição tão perfeita?
- Meu Padre, respondeu Riego ainda a soluçar, toda a minha vida é um tecido de iniquidades, não me recordo de coisa alguma que me possa ter merecido esta graça da misericórdia divina. Todavia se alguma coisa posso atribuir a minha conversão é ao Rosário de Nossa Senhora.
- Como assim?
- Sim, padre, quando menino, minha santa mãe levava-me à igreja de São Domingos em Oviedo e ali de joelhos rezávamos o rosário de Nossa Senhora. Morreu minha mãe e antes da agonia ela me recomendou que não deixasse o rosário. E apesar de minha vida de pecados nunca deixei de rezar o meu terço cada dia.
- Basta, meu filho, basta, exclama o padre e abre os braços e aperta Riego contra o peito, comovido - Basta, meu filho, compreendo tudo. Maria Santíssima o salvou pelo Rosário. Dá graças a Deus por Ela e não tenhas mais tristeza por deixar este mundo enganador...


No dia seguinte, Riego, subiu ao patíbulo, sereno, resignado e, depois de haver beijado o crucifixo fôra execultado.
Nossa Senhora, Refúgio dos pecadores, salvara aquela pobre alma pelo seu rosário bendito.
E quanto pode o exemplo e a influência de uma boa Mãe!
Ó se as mães soubessem ...

(Um mês com Nossa Senhora - Mons. Ascânio Brandão)

PS: grifos meus