quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Como se há de educar a futura mãe? (Sete virtudes)


Como se há de educar a futura mãe?

Que virtudes deve inculcar uma mãe a seus filhos para que eles possam no futuro ser também bons pais e mães de família? Sete virtudes principais são as que se recomendam para este fim: sobriedade, castidade, laboriosidade, temor de Deus, obediência, caridade e espírito de sacrifício.

1) A Sobriedade: - Com este nome entendemos a regra que se há de guardar na comida e na bebida, mas também no vestir-se, nos gastos de qualquer espécie, e em contentar-se com aposição de seu respectivo estado ou condição. Algumas mães são demasiado condescendentes neste particular, permitindo que seus filhos comam a toda hora, por isso à hora das refeições não têm eles apetite e assim estragam o estômago e perdem a saúde.

Quanto ao vestuário quem poderá calcular as pretensões de certas jovens levianas que querem apresentar-se trajando roupas caras e como elas dizem, da última moda? E o dinheiro, de onde se há de tirar? Muitas vezes é dinheiro roubado em casa ou é fruto de uma vida má. Uma jovem que não sabe vencer a gula ou a ambição nuca será uma boa mãe de família.

2) A Castidade: - Não entendemos por esta palavra a castidade propriamente dita que encontra sua defesa corajosa no pudor, mas também o amor à casa e aos pais. Uma boa mãe de família não somente deve ter um corpo sadio, mas também deverá possuir um coração puro, capas de afetos fortes e heróicos tanto para com seu esposo como para com seus filhos.

Pois bem, como poderá isso ser possível em uma mulher corrompida por leituras lascivas ou por amizades equívocas e levianas? Se uma filha não ama a vida retirada, não amará tão pouco a família, e irá procurar amizades fora do lar doméstico, as quais abrirão uma brecha grande, que será causa de muitas leviandades.

Causa espanto hoje em dia ver-se moças que andam de cá para lá a qualquer hora, passeado com qualquer pessoa que as convidem. Hoje querem gozar as moças de certa liberdade, desejam ser cortejadas e deste modo expõem-se a mil perigos e principalmente perdem aquele pudor que deveria ser a sua defesa.

3) A Laboriosidade: - A futura esposa deverá ser educada em uma vida de trabalho e de atividade. É bem, diz o Espírito Santo, para o adolescente ter trazido o jugo desde sua infância. Convém fazer compreender em tempo à filha que a vida não é um divertimento; mas um sacrifício contínuo.

Por isso a mãe deverá acostumar a filha a ocupar-se dos trabalhos caseiros e a fazê-los bem. Dizia uma moça que para ela a maior satisfação era a de estar em sua casa trabalhando e de ver seu pai e seus irmãos de nada precisarem. Tal moça será uma benção para a família que a possuir. A laboriosidade defende de muitos perigos, gera a modéstia, a seriedade, evita muitas despesas e afasta a miséria.

4) O Temor de Deus: - O princípio da sabedoria é o temor de Deus. O temor de Deus deve ser a base de toda a educação e, portanto também da educação futura mãe de família. Dizei-me: se tivesse havido um pouco de temor de Deus teríamos visto os horrores da guerra mundial? Ter-se-iam as Nações sobrecarregado com tão enormes dividas?

Padeceríamos esta crise tão grande que ameaça levar o mundo à ruína total? Pois bem, o que sucede em grande escala na sociedade, acontece em grau menor na família. Hoje julga-se que tudo é licito contanto que cada um possa fazer o que quiser. Temor de Deus, temor de sua justiça, já não se tem... Lembrai-vos sempre, mães de famílias: se não inculcardes a vossos filhos o temor de Deus sereis vós mesmas as primeiras a experimentar suas fatais conseqüências.

5) Obediência: - Não sei se me engano, mas parece-me que a virtude da obediência torna-se cada vez mais rara. Lamentam-se constantemente as mães, de que seus filhos não querem obedecer e quando obedecem e só depois de gritos e ameaças, ou depois de se ter recompensado a obediência com algum prêmio.

...A obediência é muitíssimo necessária, e sem ela não pode haver ordem... É necessário que a futura mãe de família se acostume a obedecer, mas obedecer sempre à sua mãe e as mães não hão de ceder jamais neste particular. Quando derem uma ordem – naturalmente devem ser razoáveis – sempre devem exigir-lhes obediência a todo custo. Ai delas, se cederem...

Pense a futura mãe que se não se acostumar a obeceder em sua casa encontrará maiores dificuldades em obedecer quando for viver com seu marido... A mulher deve estar sujeita a seu marido e deve segui-lo onde quer que ele estabeleça sua residência, e prestar-lhe obediência em tudo e por tudo, se quiser viver em harmonia... Ditosa a jovem que desde seus mais tenros anos acostumou-se a obedecer e a dobrar sua vontade ao jugo da obediência.

Mães! Se quereis com verdadeiro carinho a vossas filhas, sede fortes e inflexíveis para com elas e exige delas obediência absoluta às vossas ordens.

6) A Caridade: - Uma família onde reina a paz é um paraíso. Mas a paz não pode existir sem a caridade. Se se quiser saber qual a causa de tantas desavenças – que ordinariamente terminam em um dilúvio de impropérios e até de blasfêmias, e às vezes em cenas que transtornam a vida conjugal e familiar, e atraem a atenção dos vizinhos – é evidente que será sempre a falta de caridade.

Se aquela bendita mulher tivesse sabido refrear sua língua e dissimular, ou tivesse respondido com uma palavra menos áspera, o incêndio ter-se-ia apagado, e tudo teria terminado ali mesmo. Mas, ao contrário, se ela quiser também dizer a sua, e à primeira, seguem-se outras, chega-se ao extremo mencionado. A dureza do trato é geralmente a causa de certas antipatias que, arraigando-se no coração, convertem num verdadeiro inferno a vida conjugal.

Em certas casas não se ouve senão palavras iradas, explosões de raiva, blasfêmias e maldições. Jamais, um sorriso, jamais uma palavra doce, jamais um gesto amável, jamais um ato de benevolência. Vive-se em um ambiente de rancor com o qual a paz é incompatível e sem a paz falta a boa harmonia, o amor à família, aos interesses da casa. E deste modo tudo vai de mal a pior.

O falar caritativamente, o agir com benevolência, o trato educado e correto, não se aprende num momento, máxime, porque mais facilmente observamos as faltas alheias e sempre estamos dispostos a aumentá-las e ao contrário, as nossas, não as vemos, ou se as vemos as diminuímos e desculpamos.

Ah! Se as palavras que pronunciamos no decurso do dia se gravassem em um disco, e as repetíssemos à noite, quão envergonhados ficaríamos de nós mesmos. Ditosos os que recebem boa educação. Seria bom recordarmos estas palavras: Escuta, olha e cala! Fala pouco e pensa muito!

7) O Espírito de sacrifício: - Se a uma mãe falta o espírito de sacrifício falta-lhe a virtude fundamental no seu estado. Por que afinal de contas, nega uma mãe a vida a quem tem o direito de tê-la? Porque não tem espírito de sacrifício.

Por que, naquela casa nunca há ordem, a roupa está suja, os filhos mal cuidados, a casa enxovalhada? Porque falta a mãe o espírito de sacrifício.

Por quê os filhos não rezam as orações do bom cristão e aproveitam tão pouco da escola, e não vão ao catecismo? Porque a mãe não se quer incomodar.

Poderiam viver mais folgadamente, evitar gastos inúteis, se a mãe tivesse um pouco mais de espírito de abnegação. Não é assim? Ditosas as mães que inculcam às suas filhas este espírito com o exemplo e com as palavras. Este é o melhor dote que lhes possam legar.

(Maternidade cristã – Pe. Humberto Gaspardo)
PS: Grifos meus