terça-feira, 29 de janeiro de 2013

São Francisco de Sales, Bispo, Confessor e Doutor.

29/01 Terça-feira
Festa de Terceira Classe
Paramentos Brancos


São Francisco de Sales nasceu no castelo da sua família, os barões de Boisy, em Thorens (Sabóia) em 1567, primogênito de treze irmãos, foi educado no Colégio de Clermont, dirigido pelos jesuítas, em Paris, estudou em Annecy e na Universidade de Pádua, na Itália, onde recebeu o doutoramento em Direito Canônico com 24 anos. Recusou uma brilhante carreira e resolveu estudar para ser sacerdote apesar da oposição da família. Foi ordenado em 1593, tornando-se reitor em Genebra, Suíça. Após, foi para Chablais, cantão suíço na região da Sabóia, onde foi pároco, e onde converteu 8.000 calvinistas de volta à Santa Igreja. Ali escreveu diversos textos em defesa da fé, que foram publicados com o título "'Controvérsias e Defesa do Estandarte da Santa Cruz".

Em 1599 Francisco foi indicado como bispo coadjutor em Genebra, tendo sucedido como bispo em 1602. Sua diocese tornou-se conhecida pela organização e pela formação do seu clero e leigos. Isto era uma grande realização diante da Igreja da época. Fundou várias escolas e estabilizou a Igreja na região.

Era famoso diretor espiritual e pela sabedoria dos seus escritos. Ele e Santa Joana Francisca de Chantal, de quem foi diretor espiritual, fundaram a Ordem da Visitação, uma Ordem religiosa contemplativa. Foi também diretor espiritual de São Vicente de Paulo. Tornou-se uma figura líder e ficou famoso pela sua sabedoria e ensinamentos.

Em 1609, seus escritos (cartas, pregações) foram reunidos e publicados com o título "'Introdução à vida devota" ou "Filotéia", que é a sua obra mais importante e editada até hoje. Outra obra que também é ainda editada é o "Tratado do Amor de Deus", fruto de sua oração e trabalho. Estes dois livros são considerados clássicos espirituais. Além destes livros, a coletânea de cartas, pregações e palestras alcança 50 volumes. A popularidade e o valor destes escritos fez com que fosse considerado padroeiro dos escritores católicos.

Faleceu em Lyon em 1622. Os seus restos mortais se encontram na Igreja da Visitação em Annecy.

Foi beatificado no ano em que faleceu e foi a primeira beatificação a ser formalizada na Basílica de São Pedro. Foi canonizado em 1655 pelo Papa Alexandre VII e em 1867 foi declarado Doutor da Igreja pelo Papa Pio IX. Foi declarado em 1923, pelo Papa Pio XI, patrono da imprensa católica.

O Bispo São Francisco de Sales converteu 8.000 calvinista enquanto os modernistas elogiam a heresia Calvinista.

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L'Osservatore Romano elogia Calvino, na celebração de seus 500 anos (03/07/2009)


CIDADE DO VATICANO, Santa Sé — O jornal do Vaticano, L'Osservatore Romano, elogiou nesta sexta-feira "a extraordinária" figura do protestante francês João Calvino (Jean Calvin, 1509-1564), "um cristão" que deixou "marca profunda na face da terra", escreveu.

O elogio a Calvino, o teólogo que durante a Reforma Protestante defendeu uma férrea disciplina chamada calvinismo, foi escrito pelo historiador Alain Besançon, por ocasião do 500 aniversário de nascimento do célebre pensador.

Segundo o jornal, "dois homens tiveram a força de mudar o destino europeu: Jean-Jacques Rousseau que transformou (com suas idéias) o século XIX e o XX, e Calvino, ainda mais".

O jornal do Vaticano sustenta que "a organização calvinista é uma genial criação", que soube "resistir a todas as mudanças e revoluções da modernidade" graças a sua "superioridade e eficácia, comparada ao rígido autoritarismo do mundo luterano".

Calvino nasceu no dia 10 de julho de 1509, na Picardia, norte da França e morreu em Genebra no dia 27 de maio de 1564.

O movimento calvinista conta, atualmente, 600 milhões de fiéis em todo o mundo.

Assim como seu contemporâneo Martim Lutero (1483-1546), a quem nunca conheceu pessoalmente, Calvino privilegiou a leitura bíblica, o desapego a bens materiais e a "saúde pela fé".

Em 1533, tornou-se adversário da Igreja Católica e condenou, assim como Lutero, o poder do Papa e dos concílios, assim como a confissão.

Sua obra-prima, "L'Institution de la religion chrétienne" (1536), A Instituição da Religião Cristã, preconiza um protestantismo rigoroso.

O chamado calvinismo, uma variante do protestantismo viria a ser bem sucedida em países como a Suíça (país de origem), Holanda, África do Sul (entre os africânderes), Inglaterra, Escócia e Estados Unidos da América.

Foi batizado com o nome de Jean Cauvin. A tradução do nome de família "Cauvin" para o latim Calvinus deu a origem a "Calvin", pelo qual se tornou conhecido.

Vítima das perseguições aos protestantes na França, fugiu para Genebra em 1536, onde faleceu em 1564. Genebra havia se tornado, definitivamente, um centro do protestantismo europeu.

Martim Lutero escreveu as suas 95 teses em 1517, quando Calvino tinha oito anos de idade.

O indiferentismo religioso dos modernistas. 

Os primeiros protestantes admitiam, como os católicos, que para a salvação é obrigatório pertencer à verdadeira Igreja de Jesus Cristo. “Fora do seio da Igreja, diz Calvino, não se pode esperar a remissão dos pecados nem a salvação”, e as confissões helvécia e écossaise retomam a mesma doutrina. Nesta época, cada seita se pretendia a verdadeira Igreja e condenava todas as outras. Mas o princípio do livre exame, reivindicado igualmente por todas as seitas, iria fatalmente levar ao indiferentismo eclesiástico relativo, que consiste em admitir a possibilidade da salvação em todas as confissões cristãs: luteranismo, calvinismo, anglicanismo e etc.

II. Vejamos o que nos ensina a doutrina católica sobre a necessidade de pertencer à Igreja. A Igreja é, segundo a doutrina de São Paulo, um corpo vivo, de que Jesus Cristo é a cabeça, o chefe. Deve-se pois distinguir nela uma alma e um corpo. Mas, assim como, no homem, certas funções da alma, como a razão e a vontade, não dependem necessariamente do corpo, e assim como um membro, um braço morto, por exemplo, faz parte do corpo humano sem ser vivificado pela alma, assim se pode pertencer à alma da Igreja sem pertencer ao seu corpo, e pertencer a seu corpo sem pertencer à sua alma.

Pertencer à alma da Igreja é estar unido a Jesus Cristo pela Fé junto à graça santificante. 

Pertencer ao corpo da Igreja é professar exteriormente a doutrina de Jesus Cristo, participar de seus sacramentos e obedecer a seus ministros que obedecem a pureza da Tradição.

Posto isto, diga-se que, para a salvação, é necessário:

- como necessidade de meio, pertencer à alma da Igreja;
- como necessidade de preceito, pertencer ao corpo da Igreja.

Prova desta doutrina pela Santa Escritura:

a) Para salvar-se, é necessário, como necessidade de meio, pertencer à alma da Igreja: Nossa salvação, com efeito, não vem senão de Jesus Cristo:

“Deus enviou seu Filho ao mundo... para que o mundo seja salvo por ele” (S. João, III, 17).
“Não há salvação senão por Cristo; Seu nome é, sob o céu, o único nome que nos pode salvar” (Atos, IV, 12).

Se pois não há salvação fora de Jesus Cristo, não há salvação fora da alma da Igreja, que não é, essencialmente, senão a participação na vida sobrenatural de Jesus Cristo.

A necessidade, para a salvação, de pertencer à alma da Igreja é necessidade de meio, ou seja, todo homem está irrevogavelmente excluído do reino dos céus se privado da graça santificante, seja isto por sua culpa ou não, conheça ele ou ignore a existência da Igreja. 

b) Para salvar-se, é necessário, como necessidade de preceito, pertencer ao corpo da Igreja.

“O que tiver crido, diz o Salvador, e tiver sido batizado, será salvo; mas o que não tiver crido será condenado”. (S. Marc, XVI, 16).

“Se alguém não renasce da água e do Espírito Santo, não pode entrar no reino de Deus” (S. João, III, 5).
“Se alguém não escuta a Igreja, que ele vos seja como um pagão e um publicano” (S. Mat. XVIII, 17).

Vê-se por estes textos que não poderá salvar-se ninguém que não se tenha unido à Santa Igreja por estes três laços que lhe constituem o corpo, a saber: a profissão exterior da Fé, a participação dos sacramentos e a submissão aos legítimos pastores que obedeçam os Santos, dogmas e doutrina tradicional.

Prova pela Tradição:

Para os Padres da Igreja, é a arca de Noé: aquele que nela não está corre perigo nas águas do dilúvio; é o corpo de Cristo: aquele que d'Ele está separado não pode ser vivificado pelo Redentor. A necessidade, para a salvação, de pertencer ao corpo da Igreja é necessidade de preceito, ou seja, todo homem que, por uma negligência gravemente culpável, deixa de buscar a verdadeira Igreja de Jesus Cristo, ou que, após a ter reconhecido com certeza, recusa professar exteriormente seu símbolo, participar de seus sacramentos, obedecer a seus pastores, é excluído da salvação eterna.

III. Condenação do indiferentismo pelo Syllabus

Proposições XV, XVI, XVII, XVIII.

IV. Uma objeção!

A esta doutrina católica sobre a necessidade de pertencer à Igreja e que nos deu o dogma de fé “fora da Igreja não há salvação” nos vem uma forte objeção:

“Se houvesse uma religião na terra fora da qual não houvesse senão uma pena eterna, e da qual em qualquer lugar do mundo um só mortal de boa-fé não tivesse sido tocado por sua evidência, o Deus desta religião seria o mais cruel e o mais iníquo dos tiranos” (J.J. Rousseau).

R. Esta objeção supõe que a doutrina católica envie sem remissão às chamas eternas todos os que vivem fora da Igreja romana, os heréticos, os cismáticos, os infiéis, as crianças mortas sem o batismo. Isso é puro sofisma, o sofisma chamado pelos lógicos ignorância da questão, sofisma habitual entre os inimigos da Santa Igreja, que blasfemam o que ignoram. Segundo a doutrina exposta mais acima, não há nada na máxima incriminada que implique nem o mais leve atentado à justiça e à bondade de Deus.

a) Com relação à alma da Igreja

Esta máxima não exclui da visão beatífica senão as crianças mortas antes de ser regeneradas. Sendo esta felicidade um dom puramente gratuito, Deus não é de modo algum injusto e cruel a este respeito; ele absolutamente não lhes deve uma felicidade que não tem relação com sua natureza. Teria sido necessário um milagre para que elas não fossem privadas da graça batismal. Pode-se exigir que Deus intervenha sobrenaturalmente, para suprir a falha das diversas causas que levam a tal privação? Ademais, esta espécie de crianças não é a dos condenados ao fogo eterno. Pode-se afirmar sem ferir a Fé que não somente elas não estão submetidas a penas sensíveis, mas também, sem ter idéia alguma dos desfrutes da visão intuitiva, elas não experimentarão nenhuma aflição da privação de tão grande bem, e são felizes de toda a felicidade natural de que é capaz a natureza humana. A máxima em questão não exclui necessariamente da visão beatífica nenhum dos que vivem fora da comunhão eclesiástica, nem os heréticos, nem os cismáticos, nem os infiéis. Eles podem, sendo de boa-fé, pertencer à alma da Igreja pela Fé, pela Esperança e pela Caridade, alma que se estende bem além de seu organismo visível, de sua hierarquia oficial.

Quanto aos que, diz o papa Pio IX, “ignoram invencivelmente a religião católica mas observam a lei natural e os mandamentos que Deus inscreveu no coração de todo homem, obedecem prestamente a Deus e levam uma vida honesta e direita podem, sob a ação da luz e da graça divina, obter a vida eterna; pois Deus, que perscruta as almas, vê claramente e conhece os sentimentos, os pensamentos, as disposições, não pode de modo algum sofrer; em sua suprema bondade e clemência, que alguém seja punido com as penas eternas se não se afastou d’Ele por uma falta voluntária” (encíclica de 10 de agosto de 1863). Se pois um herético, um cismático, um infiel é condenado, tal não se deve propriamente ao fato da heresia, do cisma ou da infidelidade, mas a faltas não expiadas. Deus não condena a ignorância invencível, mas somente a violação voluntária do dever. Onde está aqui a injustiça, a crueldade?

b) Com relação ao corpo da Igreja

A máxima: Fora da Igreja não há salvação, não condena senão os adultos de má-fé. Deus estabeleceu, como meio ordinário para nos comunicar e manter a Fé e na graça santificante, o magistério doutrinador TRADICIONAL, o ministério santificante e a autoridade governamental do Papa e dos bispos. Ele instituiu o preceito de crer neste magistério, de receber deste ministério os sacramentos, e de obedecer às leis que edita esta autoridade. Este preceito, por ser positivo, absolutamente não obriga os que o ignoram invencivelmente, é só os condena por sua próprias faltas. Mas, para quem o conheça, há a obrigação grave de observá-lo. Por conseguinte, o herético, o cismático, o infiel que, supondo e, com mais razão ainda, sabendo que está num caminho ruim, se recusa a esclarecer-se, a render-se à verdade, desobedecendo gravemente a Deus, encontrará a sanção terrível.

É injusto, é cruel que Deus grite a todos os homens de má-fé: Fora da Igreja não há salvação? Há injustiça em excluir da beatitude os que dela se excluem voluntariamente, conscientemente? Há barbárie em recusar uma salvação aos que absolutamente não a querem?

Sejamos apóstolos como São Francisco de Sales, façamos o dever de caridade de esclarecer os que estão nas trevas da ignorância e da morte, repetindo-lhes alto e bom som esta bela e grande máxima, este dogma de Fé, razão de ser de todas as obras missionárias da Igreja, que é Uma, Santa, Católica e Apostólica: Fora da Igreja não há salvação!

Epístola
II Timóteo 4,1-8.

1 Eu te conjuro em presença de Deus e de Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, por sua aparição e por seu Reino: 2 prega a palavra, insiste oportuna e importunamente, repreende, ameaça, exorta com toda paciência e empenho de instruir. 3 Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. 4 Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas. 5 Tu, porém, sê prudente em tudo, paciente nos sofrimentos, cumpre a missão de pregador do Evangelho, consagra-te ao teu ministério. 6 Quanto a mim, estou a ponto de ser imolado e o instante da minha libertação se aproxima. 7 Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. 8 Resta-me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos aqueles que aguardam com amor a sua aparição. 

Evangelho
São Mateus 5,13-19.

13 Vós sois o sal da terra. Se o sal perde o sabor, com que lhe será restituído o sabor? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e calcado pelos homens. 14 Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha 15 nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa. 16 Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus. 17 Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição. 18 Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei.19 Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus.