quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O divórcio e a prole

A prole é a primeira vítima do divórcio, a mais digna de lástima porque a mais inocente... O primeiro efeito do divórcio é eliminar a prole. Sua tendência negativista manifesta-se logo em impedir que venham à existência frutos naturais do matrimônio.É uma conseqüência imanente ao dinamismo psicológico criado pela mentalidade divorcista. A criança, por sua natureza, pede uma casa com futuro garantido. Se a solidez dos lares definitivos se substitui a mobilidade temporária das tendas, tudo o que é estável e duradouro passa a ser um móvel deslocado, um traste inútil, uma travanca a empecer a liberdade dos movimentos.
Não; num lar que o divórcio pode romper não há lugar para a criança.

A prole que, na ordem natural, era o fim do matrimônio, no regime divorcista é sempre um risco, amanhã talvez um, obstáculo, mas tarde um remorso. E esta mentalidade hostil ao berço, generaliza-se espontâneamente onde quer que o divórcio tenha obtido uma sanção legal.

A prole, que nas exigências da sua evolução normal, impõe aos progenitores a indissolubilidade da vida comum, com a sua simples presença, é um dos cimentos mais fortes da sua união conjugal. O filho é a expressão viva do amor dos pais. No temperamento, nas qualidades, nos traços da fisionomia que se vão definindo com os anos, traz ele, indelével, a impressão das duas vidas que se fundiram na sua. Cada nova florzinha que desabrocha no lar como que rejuvenece com a sua frescura os encantos do primeiro amor. E, com os anos, intensificam-se os sentimentos de simpatia; apura-se o senso de responsabilidade nos encargos comuns da educação; a família toda consolida-se numa estabilidade definitiva.
Os filhos, naturalmente, são os mais seguros defensores da indissolubilidade conjugal. Casal sem filhos, em país divorcista, é vítima provável da grande tentação de recomeçar o romance de novos amores.

O divórcio, por sua própria natureza, tende a multiplicar os lares sem filhos. Lares sem filhos, por sua natureza, são mais facilmente divorciáveis. Por sua própria natureza, pois o divórcio é um corruptor progressivo da família. É o primeiro dos seus círculos viciosos. Não é o único infelizmente.
(O divórcio - Pe. Leonel Franca)

Ver também: Encíclica Casti Connubii

PS: grifos meus