II.
CONDIÇÕES DE ÊXITO
3. ANTES DO NASCIMENTO
A educação de uma criança começa 20 anos
antes do seu nascimento, pela educação de sua mãe. Não haverá uma parte de
verdade nessa frase de Napoleão?
A experiência, de um lado, e os últimos estudos
científicos sobre a hereditariedade, de outro, não nos mostram que uma mãe
marca profundamente o filho com as suas próprias marcas?
• Se há um período durante o qual a mãe
desempenha papel preponderante para o que serão as tendências e
os traços morais de seu filho, é o período pré-natal, durante o qual
ela pode dizer verdadeiramente: “Eu sou também ele; ele é qualquer coisa
de mim”, de tal maneira é íntima a participação orgânica do filho em sua mãe,
tão grande é também a interdependência entre o físico e o moral.
• No curso desses nove meses de pré-educação,
que a jovem mãe sempre repita: posso ajudar meu filho a tornar-se
o que ele deve ser, sendo-o eu mesma; posso ajudar meu filho a ser
calmo, permanecendo calma, a ser sorridente, tendo eu o sorriso; a ser
forte, sendo eu corajosa; a ser puro, afastando eu todo devaneio malsão; a ser
bom, sendo eu benevolente para todos.
•
No plano sobrenatural, de que manto de graças pode uma jovem mãe envolver
o filho por pouco que ela pense, de tempos em tempos, na presença
concomitante nela do Cristo pela graça, e do seu rebento pelo sangue, por
pouco também que em união com Maria ela ofereça o pequeno ser à luz divina.
Mística,
dir-se-á talvez! Simples lógica de nossa fé...
• Não é
tempo perdido para uma jovem futura mãe reservar cada dia, por exemplo, no
começo da tarde, alguns minutos para repousar, deitada. Ocasião
maravilhosa de volta à calma e de aprofundamento interior.
• As melhores condições físicas e
psicológicas para que a criança se desenvolva de modo mais sadio possível
consistem em que o filho seja o mais desejado possível.
• Certas crianças chegam quase a se sentir
culpadas de haverem nascido. A criança não tem apenas necessidade de
ser alimentada, tem também necessidade de ser amada.
• Há crianças que são desejadas pela mãe como
compensação de sua infelicidade conjugal; há aí um desejo cativante (por
amor de si mesma, o desejo de reencontrar-se no filho), há quase como um
papel de filho vingador que se procura fazê-lo desempenhar. Não há como aí
encontrar garantias de um feliz desenvolvimento. Ao contrário, as melhores
condições se realizam quando o filho é desejado, não tanto como filho, mas
como consagração do amor mútuo, quer dizer, quando a mulher deseja um
filho “de seu marido” (e o marido “de sua mulher”).