terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Santa Águeda,Virgem e Mártir

05/02 Segunda-feira
Festa de Terceira Classe 
Paramentos Vermelhos


Santa Águeda é uma das mais gloriosas heroínas da Santa Igreja e cuja intercessão é invocada diariamente, no Cânon da santa Missa. Natural da Sicília, pertenceu a uma das famílias mais nobres do país. De pouca idade ainda, Águeda consagrou-se à Deus, pelo voto da castidade. O governador Quintiano, tendo tido notícia a formosura e grande riqueza de Águeda, acusada do crime de pertencer à religião cristã, mandou-lhe ordem de prisão. Águeda, vendo-se nas mãos dos perseguidores, exclamou: “Jesus Cristo, Senhor de todas as coisas, vós vedes o meu coração e lhe conheceis o desejo. Tomai posse de mim e de tudo que me pertence. Sois o Pastor, meu Deus; sou vossa ovelha. Fazei que seja digna de vencer o demônio”. 

Levada à presença do governador, este achando-a de extraordinária beleza, ficou tomado de violenta paixão pela nobre cristã, à qual se atreveu importunar com propostas indecorosas. Ágata, indignada, rejeitou-lhe as impertinências desavergonhadas e declarou preferir morrer a macular o nome de cristã. Quintiano aparentemente desistiu do plano diabólico, mas para conseguir os seus maldosos fins, mandou entregar a donzela a Afrodisia, mulher de péssima fama, na esperança de, na convivência com esta pessoa, Águeda se tornar mais acessível. Enganou-se. Afrodisia nada conseguiu e depois de um trabalho inútil de trinta dias, pediu a Quintino que tirasse Ágata de sua casa.

Começou então o martírio da nobre siciliana. Tendo-a citado perante o tribunal, apostrofou-a com estas palavras: “Não te envergonhas de rebaixar-te à escravidão do cristianismo, quando pertences a nobre família?” – Águeda respondeu-lhe: “A servidão de Cristo é liberdade e está acima de todas as riquezas dos reis”. A resposta a esta declaração foram bofetadas, tão barbaramente aplicadas, que causaram forte epistaxe. Depois desta e de outras brutalidades a santa Mártir foi metida no cárcere, com graves ameaças de ser sujeita a torturas maiores, se não resolvesse a abandonar a religião de Jesus Cristo.

O dia seguinte trouxe a realização dessas iniquidades. O tirano ordenou que a donzela fosse esticada sobre a catasta, os membros lhe foram desconjuntados e o corpo todo queimado com chapas de cobre em brasa, e os seios atormentados com torqueses de ferro e depois cortados. Referindo-se a esta última brutalidade, Águeda disse ao juiz: “Não te envergonhas de mutilar na mulher, o que tua mãe te deu para te aleitar?” Após esta tortura crudelíssima, Águeda foi levada novamente ao cárcere, entregue às suas dores, sem que lhe fosse administrado o mínimo tratamento. Deus, porém, que confunde os planos dos homens, veio em auxílio de sua pobre serva.

Durante a noite lhe apareceu um venerável ancião, que se dizia mandado por Jesus Cristo, para trazer-lhe alívio e curá-la. O ancião, que era o Apóstolo São Pedro, elogiou-lhe a firmeza e animou-a a continuar impávida no caminho da vitória. A visão desapareceu e Águeda com muita admiração viu-se completamente restabelecida. Cheia de gratidão, entoou cânticos, louvando a misericórdia e bondade de Deus. Os guardas, ouvindo-a cantar, abriram a porta do cárcere e vendo a Mártir completamente curada, fugiram cheios de pavor. As companheiras de prisão de Águeda aconselharam-na que fugisse, aproveitando ocasião tão propícia para isto. Ela, porém, disse: “Deus me livre de abandonar a arena antes de ter segura em minha mão a palma da vitória”.

Passados quatro dias, foi novamente apresentada ao juiz. Este não pode deixar de se mostrar admirado, vendo-a completamente restabelecida. Ágata disse-lhe: “Vê e reconhece a onipotência de Deus, a quem adoro. Foi Ele quem me curou as feridas e me restituiu os seios. Como podes, pois exigir de mim que o abandone? – Não – não poderá haver tortura, por mais cruel que seja, que me faça separar-me do meu Deus”. O juiz não mais se conteve. Deu ordem para que Ágata, fosse rolada sobre cacos de vidros e brasas. No mesmo momento a cidade foi abalada por um forte tremor de terra. Uma parede, bem perto de Quintiano, desabou e sepultou dois de seus amigos. O povo, diante disto, não mais se conteve e em altas vozes exigiu a libertação da Mártir, dizendo: “Eis o castigo que veio, por causa do martírio da nobre donzela. Larga a tua inocente vítima, juiz perverso e sem coração!”. Ágata voltou ao cárcere e lá chegada, de pé, os braços abertos, orou a Deus nestes termos: “Senhor, que desde a infância me protegestes, extinguistes em mim o amor ao mundo e me destes a graça de sofrer o martírio, ouvi as preces da vossa serva fiel e aceitai a minha alma”. Deus ouviu a voz de sua filha e recebeu-a em sua glória no ano 252. Passado um ano depois da morte da Santa, a cidade de Catarina assistiu apavorada, uma erupção do Etna. O povo, em sua indizível aflição, quando viu as ondas da lava incandescia ameaçar a cidade, correu ao túmulo da Santa, tomou o véu que cobria o seu rosto e estendeu-o contra a torrente de fogo. Imediatamente o perigo estava afastado.

Santa Águeda, é exemplo neste tempo de confusão, para nós cristãos que a Fé é única e imaculada. 

Epístola
I Coríntios 1, 26-31

26 Vede, irmãos, o vosso grupo de eleitos: não há entre vós muitos sábios, humanamente falando, nem muitos poderosos, nem muitos nobres. 27 O que é estulto no mundo, Deus o escolheu para confundir os sábios; e o que é fraco no mundo, Deus o escolheu para confundir os fortes; 28 e o que é vil e desprezível no mundo, Deus o escolheu, como também aquelas coisas que nada são, para destruir as que são. 29 Assim, nenhuma criatura se vangloriará diante de Deus. 30 É por sua graça que estais em Jesus Cristo, que, da parte de Deus, se tornou para nós sabedoria, justiça, santificação e redenção, 31 para que, como está escrito: quem se gloria, glorie-se no Senhor (Jr 9,23). 

Evangelho
São Mateus 19, 3-12

3 Os fariseus vieram perguntar-lhe para pô-lo à prova: É permitido a um homem rejeitar sua mulher por um motivo qualquer? 4 Respondeu-lhes Jesus: Não lestes que o Criador, no começo, fez o homem e a mulher e disse: 5 Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne? 6 Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu. 7 Disseram-lhe eles: Por que, então, Moisés ordenou dar um documento de divórcio à mulher, ao rejeitá-la? 8 Jesus respondeu-lhes: É por causa da dureza de vosso coração que Moisés havia tolerado o repúdio das mulheres; mas no começo não foi assim. 9 Ora, eu vos declaro que todo aquele que rejeita sua mulher, exceto no caso de matrimônio falso, e desposa uma outra, comete adultério. E aquele que desposa uma mulher rejeitada, comete também adultério. 10 Seus discípulos disseram-lhe: Se tal é a condição do homem a respeito da mulher, é melhor não se casar!11 Respondeu ele: Nem todos são capazes de compreender o sentido desta palavra, mas somente aqueles a quem foi dado. 12 Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda.